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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Das origens aos nossos dias




Texto, Fotografia e Obra de Miguel Gouveia


A arte de calcetar remonta aos primórdios da História. Já as civilizações antigas utilizavam os materiais rochosos para pavimentar o interior e o exterior das construções. Crê-se que teve a sua origem na Mesoptâmia, sendo depois exportada para a Grécia e Roma clássicas.A durabilidade, resistência, regularidade da superfície e facilidade de manutenção da higiene, para além da beleza estética, fizeram recair sobre os materiais rochosos a preferência da construção, nas várias épocas históricas.Foram os romanos quem nos deixou um legado maior nesta arte, utilizada como forma de expressão humana, de cunho filosófico, religioso e estético.

Eram feitas em calçada a maior parte das vias de comunicação que ligavam o Império. Foi também a calçada que abrilhantou os interiores dos palácios e das casas, com magníficos mosaicos.Mais tarde, também os árabes nos deixaram uma bela herança na arte de calcetar.Em Portugal, a calçada sofre um grande impulso após o Renascimento e, sobretudo, com a reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755.
A calçada portuguesa constitui uma forma tradicional de tratamento do espaço urbano que, assumindo valor estético genuíno, não pode deixar de ser considerada como uma verdadeira manifestação da cultura nacional. No entanto, esta forma tradicional de revestimento artístico de passeios conhece actualmente algumas dificuldades de sobrevivência, quer devido à obtenção da matéria-prima, quer devido à mão-de-obra, cada vez mais rara.Apesar destas limitações, todavia, a calçada portuguesa continua a ser um elemento fundamental da nossa paisagem urbana, com uma procura crescente nas últimas décadas, tanto em espaços públicos como nas construções privadas.

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